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Pau-brasil é um dos nomes populares da espécie Caesalpinia echinata Lam. (echinata significa "com espinhos"), uma leguminosa nativa da Mata Atlântica, no Brasil. Seu nome em tupi é ibira pitanga, ou "madeira vermelha". O nome popular em português deriva da cor de brasa da resina vermelha contida na sua madeira. É conhecido também pelos nomes de brasileto, ibirapiranga, ibirapita, ibirapitã, muirapiranga, orabutã, pau-de-pernambuco, pau-de-tinta, pau-pernambuco e pau-rosado. É também conhecida como pau-ferro por ser mais densa do que a água e não flutuar, o que prejudica o seu transporte no meio fluvial. São também conhecidos como pau-brasil, embora tenham preferencialmente outros nomes, a Caesalpinia ferrea (pau-ferro) e a C. peltophoroides (sibipiruna). CaracterísticasA árvore alcança entre 10 e 15 metros de altura e possui tronco reto, com casca cor cinza-escuro, coberta de acúleos, especialmente nos ramos mais jovens. As folhas são compostas bipinadas, de cor verde médio, brilhantes. As flores nascem em racemos eretos próximo ao ápico dos ramos. Possuem 4 pétalas amarelas e uma menor vermelha, muito aromáticas; no centro encontram-se 10 estames e um pistilo com ovário súpero alongado. Os frutos são vagens cobertas por longos e afiados espinhos, que devem protegê-los de pássaros indesejáveis, pois estes comeriam os frutos. Contém de 1 a 5 sementes discoides, de cor marrom. A torção do legume, ao liberar as sementes, ajuda a aumentar a distância da dispersão. OcorrênciaNa floresta ombrófila densa da Mata Atlântica, a partir do Rio de Janeiro até o extremo nordeste,[1] ou seja, nos estados de Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, e Sergipe. Encontra-se na lista do IBAMA de espécies ameaçadas de extinção na categoria vulnerável, e na da IUCN na categoria em perigo[2] O município pernambucano de São Lourenço da Mata possui hoje a maior reserva nativa da espécie. A Reserva Tapacurá possui aproximadamente 100 mil pés de pau-brasil. Usos e históriaAfirmam alguns historiadores que o corte do pau-brasil para a obtenção de sua madeira e sua resina (extraída para uso como tintura em manufaturas de tecidos de alto luxo) foi a primeira atividade econômica dos colonos portugueses na recém-descoberta Terra de Santa Cruz, no século XVI e que a abundância desta árvore no meio a imensidão das florestas inexploráveis teria conferido à colônia o nome de Brasil. Na realidade, no século XV uma árvore asiática semelhante, com o mesmo nome Brazil, já era usada para os mesmos fins e tinha alto valor na Europa, porém era escassa. Os navegadores portugueses que aqui aportaram imediatamente observaram a abundância da árvore pelo litoral e ao longo dos rios de planície. Em poucos anos, tornou-se alvo de muito lucrativo comércio e contrabando, inclusive com corsários franceses atacando navios portugueses. Foi uma das expedições de corsários liderada por Nicolas Durand de Villegaignon, em 1555, que estabeleceu uma colônia que hoje se chama Rio de Janeiro (a França Antarctica). A planta foi citada em Flora Brasiliensis por Carl Friedrich Philipp von Martius. A resina vermelha era utilizada pela indústria têxtil europeia como uma alternativa aos corantes de origem terrosa e conferia aos tecidos uma cor de qualidade superior. Isto, aliado ao aproveitamento da madeira vermelha na marcenaria, criou uma demanda enorme no mercado, o que forçou uma rápida e devastadora "caça" ao pau-brasil nas matas brasileiras. Em pouco menos de um século, já não havia mais árvores suficientes para suprir a demanda, e a atividade econômica foi deixada de lado, embora espécimens continuassem a ser abatidos ocasionalmente para a utilização da madeira (até os dias de hoje, usada na confecção de arcos para violino e móveis finos). O fim da caça ao pau-brasil não livrou a espécie do perigo de extinção. As atividades econômicas subsequentes, como o cultivo da cana-de-açúcar e do café, além do crescimento populacional, estiveram aliadas ao desmatamento da faixa litorânea, o que restringiu drasticamente o habitat natural desta espécie. Mas sob o comando do Imperador Dom Pedro II, vastas áreas de Mata Atlântica, principalmente no estado do Rio de Janeiro, foram recuperadas, e iniciou-se uma certa conscientização preservacionista que freou o desmatamento. Entretanto, já se considerava o pau-brasil como uma árvore praticamente extinta. No século XX, a sociedade brasileira descobriu o pau-brasil como um símbolo do país em perigo de extinção, e algumas iniciativas foram feitas no sentido de reproduzir a planta a partir de sementes e utilizá-la em projetos de recuperação florestal, com algum sucesso. Atualmente, o pau-brasil tornou-se uma árvore popularmente usada como ornamental. Se seu habitat natural será devastado por completo no futuro, não se sabe, mas a sobrevivência da espécie parece assegurada nos jardins das casas e canteiros urbanos. Em 1924, Oswald de Andrade fez um manifesto sobre a nova poesia brasileira intitulado "Manifesto da Poesia Pau-Brasil". A madeira do pau-brasil pode ser, talvez, a mais valiosa do mundo atualmente; é considerada incorruptível, por não apodrecer e não ser atacada por insetos. Seu uso, dadas a escassez e a proteção, restringe-se ao fabrico de arcos de violinos, canetas e joias. Foto Helder |
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Aspectos Gerais: Planta frutifera de origem sul-americana (brasileira), conhecida há mais de 400 anos, também existente no Paraguai, Uruguai e Argentina. Indigenas tupis saboream seu fruto, que chamavam jaboticaba jaboti (cágado), caba (lugar onde) na forma natural ou em bebida fermentada que preparavam. Muito conhecida no sul do país a jaboticabeira é encontrada vegetando desde o estado do Pará ao Rio Grande do Sul. Usos da Jaboticabeira: Planta: a madeira, resistente, é destinada ao preparo de vigas, esteios, dormentes e obras internas. Fruto: em uso caseiro o fruto é consumido ao natural ou usado no preparo de doces, geleias, licores, vinho, vinagre. Em indústria, o fruto é usado para o preparo de aguardente, geleias, jeropiga (vinho artificial), licor, suco, xarope; o extrato do fruto é usado como corante, de vinhos e vinagres. Em medicina caseira utiliza-se: o chá-de-cascas para tratar anginas, desinteria e erisipelas; a entrecasca do fruto, em chá, destina-se ao tratamento de asma. Botanica / Descrição / Tipos : - A jabuticabeira é vegetal da família Myrtaceae, Dicotiledonae, genero Myrciaria, que possue varias espécies a saber: M. coronata (jaboticaba coroada), M. cauliflora (jaboticaba paulista), M. peruviana (jaboticaba de cabinho), M. grandi flora (jaboticatuba), M. jaboticaba (jaboticaba sabara), entre outras. - Planta com porte variavel (3 a 9 m. de altura - segundo a espécie), cauliflora (flores em tronco e ramos), folhas opostas e lanceoladas, flores brancas; fruto globoso, de tamanho variavel (diametro entre 1,6 a 2,9 cm.), cor variada (roxa, branca, verde, rosada) quando maduro, polpa branca, saborosa e doce, com 1 a 4 sementes amareladas.. - Entre os tipos mais comuns encontra-se: Sabará: árvores pequenas, com grande potencial produtivo, ou árvores grandes com pouco potencial produtivo, frutos pequenos, roxos, doces, de maturação precoce. Paulista: árvore de grande porte, frutos grandes, escuros, com maturação tardia. Branca: árvore pequena, com frutos tamanho médio, cor verde-clara. De cabinho: com frutos pequenos, rosados, claros, que possuem pedunculo (cabinho) comprido. Necessidades da Planta Clima - Planta de clima tropical e subtropical úmido, sem excesso de umidade; não suporta estiagens prolongadas e geadas fortes. Em regiões secas o cultivo da jaboticabeira requer irrigação adequada; jaboticabeiras desenvolvendo-se bem são encontradas em regiões onde a temperatura média anual está em torno de 20ºC (Rio Grande do Sul) a regiões onde a temperatura média anual está em torno de 30ºC (Pará). A pluviosidade mínima (chuvas) requerida é de 1.000mm./ano( ideal em torno de 1.500mm./anuais bem distribuidos). A umidade relativa do ar entre 75% a 80% e luminosidade em 2.000 horas/luz/ano. Com cortinas quebra-vento (eucalipto, grevilha, pinus) o pomar deve ser protegido de ventos dominantes. Solos - Embora adaptável a solos de tipos diversos a jabuticabeira requer, preferencialmente, os silico argilosos; devem ser profundos, bem drenados, ferteis, com boa umidade (na floração/frutificação), pH 6,5-7,0. Os terrenos devem ter altitude até 500 m.; a planta não se adapta às várzeas. Propagação: A jabuticabeira pode ser propagada por sementes, por estaquia, por enxertia; embora mais precoces que as plantas pé-franco os enxertos produzem plantas de copas menores e menos produtivas. Obtenção de Sementes: Os frutos fornecedores de sementes devem ser colhidos em plantas boas produtoras, precoces e isentas de pragas e doenças; a seleção do fruto subordina-se à forma, tamanho, coloração e natureza da superficie segundo caracteristicas da espécie. As sementes obtidas devem ser bem constituidas, vogorosas e sadias, na sua escolha, eliminar 28 a 30% delas (mal conformadas e chochas). Um g. de semente pode conter de 40 a 50 unidades. Após romper sua casca (c/canivete ou unha) aperta-se o fruto para obter-se a semente envolta pela polpa; esta é eliminada deixando-a fermentar por 24 horas ou lavando-a com cal em peneira ou esfregando-a sobre peneira ou espremendo-a em saco de pano (tecido ralo). Em seguida a semente é espalhada sobre papel absorvente ou pano e colocada a secar à sombra. Por perder poder germinativo facilmente a semente deve ser posta a germinar até 5 dias após a sua obtenção. Formação de Mudas: Via sementes: em canteiros de terra em sacos plásticos: Canteiros: para semeio de grandes quantidades de sementes. O canteiro deve ter 1,2 m. de largura, comprimento variável; a terra composta de 1 parte de areia, 1 parte de terra argilosa e 4 partes de terra de mata (fértil), com supeficie destorroada a aplainada. O semeio é feito a 1-2 cm. de profundidade, com espaçamento 30 cm. (entre linhas) e 10 cm. (entre sementes). Abre-se sulcos transversais, semeia-se, fecha-se sulco e irriga-se bem. A germinação ocorre em 15 a 30 dias: 6-12 meses após o lançamento das primeiras folhas a muda com 15 cm. de altura é repicada para viveiro ou para saco plástico com terra bem estercada. Dois meses antes da repicagem o leito do canteiro deve ser preparado; nele abre-se sulcos com 20 cm. de profundidade e que recebem 100 g. de superfosfato simples misturados a 6 Kg. de esterco de curral para cada m. de sulco. A repicagem é feita num espaçamento de 80 cm. x 40 cm. Ao atingir 60 cm. de altura a muda estará apta do plantio em campo. Para acelerar o desenvolvimento da muda em canteiro e viveiro pode-se preparar mistura de 30 g. de ureia, 30 g. de cloreto de pótassio e 50 g. de superfosfato simples, toma-se 5 gramas dessa mistura e dissolve-se em 10 l. de água. Aplica-se ao solo ao lado plantinha de 15 em 15 dias, a partir das primeiras semanas pós emergencia. Sacos Pásticos: o substrato para enchimento do saco é semelhante do da terra para leito do canteiro, substituindo 1 parte de terra por 1 parte de esterco. O semeio e tratos são similares aos do canteiro. As dimensões do saco devem ser 15 x 25 ou 18 x 30. Vias Estacas: na primavera retira-se da planta ramo com 80 cm. de comprimento com 5-7 cm. de grossura, aponta-se sua extremidade inferior, lasca-se em cruz e, com marreta, enterra-se 2/3 da estaca, irrigar. Plantio: Irrigar um pouco o fundo da cova e colocar o torrão com a muda (mantendo colo da planta 5 cm. acima do superficie) na cova e encher cova com mistura terra / adubo. Fazer pequena bacia, em torno da muda, irrigar com 20 l. de água e colocar cobertura morta (palha, capim seco) em 5 cm. de altura. Tratos Culturais: Ervas: efetuar capinas em "coveamento" a plantas; manter ervas daninhas sob controle. Podas: eliminar galhos que tendam a "fechar" a copa para facilitar arejamento e penetração de raios solares. Eliminar galhos secos, doentes, tortuosos e mal-distribuidos. Na formação da copa eliminar ramos da base do caule para que a copa fique a 80 cm. ou mais de altura do solo. Adubação: anualmente, no período das chuvas, adubar cada planta com 20 l. de esterco de curral mais 300 g. de superfosfato simples + 200 g. e cloreto de potassio, com leve incorporação. A cada 2 meses aplicar 50 g. de ureia à planta e incorporar. Consorciação: leguminosas não trepadeiras de pequeno porte, (feijão, amendoim e soja) são indicados para o consorcio. Pragas e Doenças - Pragas: Cochonilhas: Capulinia spp, Homoptera, Asterolecaniidae. Sem carapaça, recoberto de pó branco, o inseto localiza-se na casca de tronco, galhos e ramos e pagina inferior das folhas. -Controle: com luvas ou pedaços de aniagem friccionar galhos e ramos para expor o inseto; em seguida pulvereza-se óleo mineral a 1% a 1,5% ou óleomineral (750cm3) + diazinom 60 E (100 cm3) ou malatiom 50 CE (200 cm3). Broca-das-Mirtáceas: Timocrata albella (Zeller 1839) Lepidoptera, Stenomidae. O adulto é mariposa de corpo e asas brancas; a lagarta desenvolvida tem coloração violeta e 25-35 mm. de comprimento. Agromeração de excrementos e pedaços de casca ligados por fios de seda em tronco e ramos são sinais da praga. -Controle: tira-se a camada de excremento e injeta-se 2-3 cm. de gasolina ou paratiom no orifício e fecha-se o orifício com barro ou cera de abelha. Gorgulho da Jaboticaba: Conotrachelus myrciariae (Marsh, 1929) Coleoptera, Curculionidae - Adulto, besouro amarelado e larva (lagarta) branca, sem pernas, que alcança 9 mm. de comprimento. A lagarta devora polpa e sementes. -Controle: Catação / destruição de frutos atacados, pulverização de frutos com Fentiom 50 CE (200 / 100 l. de água) ou Paratiom 60 E (100 ml. / 100 l. de água). Doenças: Ferrugem: Puccinia psidii Wint. (fungo) - Doença afeta folhas, botões, flores, frutos e ramos; manchas necroticas circulares. cobrem-se de massa pulverilenta de cor amarelo-vivo (frutificações do fungo). -Controle: pulverizações com calda bordalesa ou fungicidas cupricos ou com mancozeb ou benomyl. Colheta / Rendimentos: Três meses após a floração a jaboticabeira inicia a frutificação; com adubação mais intensa e sob regime de irrigação artificial, a jaboticabeira pode dar 2 a 3 floradas/ano. O ponto de maturação é mostrado por cor bem escura da casca (salará coroada de cabinho, ...) ou cor verde-clara e macios à compressão com os dedos (branca), entre outras. A colheita é feita à mão, com auxilio de escadas; os frutos são colocados em sacos a tiracolo (sem deixar cair no chão). Desses sacos passam a cestas ou caixa pequena (para evitar esmagamento) sem forro (para circular ar). Tendo casca consistente o fruto apresenta boa conservação e resiste bem ao transporte. Uma jaboticabeira pode produzir 200 Kg, 500 Kg, 800 Kg e até acima de 1.000 Kg (sabara) de frutos por ano. A planta inicia produção entre 5º a 8º ano e a produção pode prolongar-se por 30 anos ou mais. Fotos: helder Fonte Texto |