domingo, 19 de setembro de 2010

A dúvida

História verídica
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Estava sonolento, mas atento ao que estava acontecendo, com sede levantei e fui beber água, morava ainda na tapera, acendi a lanterna, abri a porta e fui olhar as galinhas que dormiam no pé de ameixa, um silencio, nenhum pio, estranhei, todas as noites elas faziam barulho e agora nenhum, olhei com a lanterna entre as folhagens da ameixeira e nada. Fiz uma busca mais minuciosa e encontrei uma, duas, três aqui e acolá,
encolhidinhas no capim num espaço de cinco a quarenta metros entre uma e outra, mais um ataque do bichano? Peguei uma a uma e coloquei dentro da casa velha e assim foi por mais de uma hora quando, de repente, meus olhos  encontraram outros dois olhos e vi o brilho, ficamos nos observando assim por longos segundos depois o brilho sumiu, seria um gato do mato? pela estatura tinha a impressão, já tinha ouvido os miados deles perto da porta noites anteriores. Voltei à procura de mais galinhas que restaram, de um total de sessenta sobraram só umas quinze, os constantes ataques de animais da mata tinham reduzido o plantel a quinze penosas. Tive que trazer todas para perto, faltava uma, fui até onde tinha visto o brilho dos olhos do animal para encontrar vestígios de penas e nada, podia ser outro animal, a única certeza que tinha é que não deixava rastros, animal danado e silencioso, com esse ataque de hoje restaram apenas quinze galinhas. Cansado de ficar que nem zumbi e certo de que não encontraria mais galináceas, voltei para dentro da tapera e fui tomar um banho quente, agora tinha eletricidade na tapera por causa dum programa do governo federal. Tomei um longo banho, coloquei fogo na fornalha e fiquei ouvindo radio esperando o sono,o pensamento ainda cheio de duvidas sobre a origem deste esperto animal, fiquei ali no fogão de lenha uns quarenta
minutos, a fumaça ficava acima do chão dois metros e meio, fiquei observando aquele fenômeno enquanto sorvia um bom gole de chá de capim santo, o frio ainda estava presente, fiquei assim meio sonolento sentindo Morfeu me convidando para o sono, olhei para o que era um fogo acesso, restava só brasas, joguei um pouco de água nelas. Bocejante fui para a cama dormir.
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Texto e foto : Helder
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Um comentário:

  1. Cuidado para não ficar inalando muita fumaça de fogão à lenha. O cheirinho é bom, mas é CO² puro.

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