segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Operação Arapuá

História verídica
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Imagem Web
Imagem:Web

Estava arquitetando um plano para queimar uma caixa de abelha arapuá ou irapuá por que causa muito prejuízo, ela perfura a base das flores, ainda fechadas, em busca de néctar. Além disso, corta as pontas das folhas novinhas para produzir a massa de celulose com que constrói o ninho e agem como predadoras de outras abelhas invadindo colméias alheias para roubar mel. O combate à arapuá com o veneno não é indicado porque não mata a rainha, que fica no ninho e continuará produzindo novas operárias, milhares delas e, ao mesmo tempo, matará as outras abelhas e insetos que visitam as flores, impedindo a polinização. O ninho ficava no meio da mata, elas costumam construí-lo na forquilha das árvores. Irapuá é o nome mais indicado, pois ira é mel em tupi e puá é redondo, formato da casa (ninho). Estive no local estudando o que teria que realizar, estudei bem o perímetro. O "diacho" do ninho ficava justamente numa forquilha da árvore e estava a uns dois metros e meio de altura. Voltei para casa e organizei os recursos que iria usar, sendo uma tocha de panos com amarrios de arames, lanterna e um pouco de gasolina e claro, o fósforo. Organizado tudo fui à busca do meu objetivo, o caminho era difícil pois tinha muitos espinhos e árvores, procurei encurtar o caminho, mas o que dificultava a locomoção era o bambu. Chegando lá limpei a área, tinha muitas folhas secas em volta e o terreno era descaindo. Cortei um espinho de gato que agarrou a minha calça, coloquei fogo na tocha e levei o fogo na forquilha, a coisa começou a ficar quente e logo os pedaços de colméia começaram  a cair. Não estava preocupado com o fogo pois tinha chovido uns três dias antes e a folhagem em volta ainda estava úmida e o perímetro limpo. A operação estava quase terminada, quando olhei para o relógio já eram quase meia-noite, e eu ali naquela mata cheia de "chaqualhosas" sozinho, no meio da mata escura e perigosa só eu e Deus enfrentando a ira de arapuás que tinham sido torturadas. Já tinha brindado outros ninhos de arapuás sozinho, só que em relevos melhores e limpos. Voltei a realidade, tinha começado às seis horas da tarde, tinha demorado muito no meio da mata assegurando que o ninho estivesse queimado todo. Cutuquei as sobras do ninho que cairam que nem cascata. Apaguei o fogo da tocha com a bomba de água que tinha trazido, tirei um pouco de terra com o facão e joguei sobre a tocha. Trabalho concluído olhei em volta e o breu era total, mas estava com duas lanternas.  Atravessei pela passarela e pude ouvir o barulho da água impulsonando a roda dágua. Chegando à casa tomei um banho e fiz um arroz com mandioca e um ovo frito. De madruga acordei com o miado do gato que, com certeza, queria sair para fazer suas necessidades, levantei, abri a porta para o felino e retornei aos braços de Morfeu.

Texto: Helder

Para saber mais sobre arapuás clique aqui

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