sábado, 4 de setembro de 2010

Banho, Escorpião e a Teia de Aranha


História verídica


Estava tomando banho, quando olhei para a parede na altura dos meu olhos um escorpião pequeno, filhote ainda, pendurado numa teia de aranha lutando para escapar da teia e sua dona, o danado pelejava para acertar a aranha com seu ferrão, arrepiei todinho, olhei de novo para acreditar e vi que eram dois escorpiões, um menor e o outro um pouco maior que calculei ser a fêmea. A sombra do fogo da lamparina projetada na parede criava uma cena de filme de terror, respirei fundo e continuei meu banho, assim que terminei, fui até o quarto, coloquei as roupas e fui verificar o observado, procurei os escorpiões,  nada, passei a olhar nas frestas e encontrei na fresta da parede com a  porta, já tinha me armado com um vidro e assim que encontrei  emborquei-os dentro e... cadê a tampa, procurei pela bendita e nada, acabei improvisando um plástico, logo em seguida coloquei álcool. Aproveitei para dar uma geral no trono e acabei lavando o banheiro, nesse movimento de jogar água e um rapar de rodo pra lá e pra cá observei entre as borrachas do rodo um escorpião maior ainda, do arrepio passei a suar frio, este era dos grandes e estava escondido entre as borrachas do rodo, bicho que se esconde bem cruz credo, pequei outro vidro e na mistura de medo, arrepio e suor frio coloquei o perigoso dentro do vidro do álcool. Voltei para o quarto para pegar uma ferramenta e ouço um som esquisito, quando ficamos isolados a audição fica mais apurada, o som que tinha ouvido ieu estava cavoucando a memória para assemelhar com outro barulho parecido. Pensei que poderia ser barata voando, num era, me lembrei de gafanhoto, era um barulho de gafanhoto falando com outro. Olhei para o chão e vi outro escorpião perto da caixa de ferramenta, dei um passo para trás e tornei a arrepiar por inteiro, só que  agora não com tanta intensidade, era um escorpião maior, um pouco mais do que o outro que havia entrado entre as borrachas do rodo, danado de esperto ele, perto da minha cama, perto da minha caixa de ferramenta, céus como o danado era rápido para movimentar, corri na cozinha busquei um vidro e já treinado emborquei-o dentro. Fiquei a matutar de onde tinham saído, cheguei a suspeitar de maldade dos outros de ter colocados estas periculosidades na tapera em que moro, deixei de lado estas suspeitas, porque eu que era o invasor e ali naquela tapera eles estavam escondidos para assim no momento certo saírem para alimentar, e se encontrei três deles no banheiro era porque eles adoram água. Estava cansado, eram três horas da madrugada  e encontrar quatro  escorpiões numa noite era demais para ieu que morando na tapera feito eremita e ainda não tinha topado com tamanha periculosidade, só convivia com meus amigos morceguitos e de vez enquanto uma jandaia ou maritaca que ia pousar e fazer o ninho. Não consegui dormir a noite toda, arrumei uma sacudidela de coberta, butina, lençol, roupas, e foi assim noite adentro até ter a segurança de que estes hospedes indesejáveis não iriam me atocaiar na quebra da noite, dispois que olhei tudo lá pela madrugadinha fui tirar um cochilo meio que desconfiado e acabei tomado pelo sono.

Texto:Helder Valadares

2 comentários:

  1. Você tem talento para fazer relatos. Gostei muito!

    ResponderExcluir
  2. Tem que criar galinhas. Elas comem escorpiões.

    ResponderExcluir