quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Uma cobra no meio do caminho, no meio do caminho uma cobra

História verídica
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A curva subindo
A curva descendo

Olhei para o relógio digital do celular, já passava das dez horas da noite e eu precisava dar um telefonema, o sinal do celular só pegava lá em cima do morro, perto dos postes da rede elétrica, era debaixo destes fios que o sinal ficava mais forte chegando a três piques. Fazia uma hora e meia que eu estava localizando moradias de formigas, resolvi terminar a caçada no platô pequeno e comecei a subir o morro. Já estava cansado de andar com minha lanterna led morro acima, quando fazendo a curva dos Ipês senti  um impacto na ponta do meu pé direito, num de repente pulei dois metros para trás, o cansaço desapareceu e minha respiração acelerou. Bati o facho da luz onde calculei ter sido o impacto, o suor frio começou, veio um arrepio dos pés a cabeça, nem os cabelos do escapamento sobrou, a respiração cada vez mais acelerada, qualquer coisa que me encostasse naquele momento sairia pelo escapamento, o que vi logo em seguida foi um rabo duma cascavel, cruz credo te esconjuro danada, do mêdo normal passei ao pânico, a bicha rastejando devia ter quase que dois metros, o chocalho todo empinado. Respirei fundo para encarar a situação em que me encontrava, a rastejante passou devagar pela beira do barranco, mesmo cheio de mêdo consegui apreciar sua boniteza, tomei coragem e cheguei pertinho dela, cruz credo que cobra bonita, e deixar chegar pertinho dela, só podia ser a cascavel, tinha uma coisa empinado no rabo, só podia ser o chocalho. Pensei que inteligência esta minha, meu coração desacelerou um pouco  mas os arrepios não, estava arriapiadim,  com minha lanterninha led fiquei parado observando a venenosa se locomover, tomei coragem e aproxeguei mais perto da bicha, êta cobra mansa sô, acompanhei ela com os olhos até desaparecer capim a dentro. Estava quase em pânico, sozinho, ali naquela escuridão e com apenas uma lanterninha, não sei onde encontrei tal coragem para chegar a menos de um metro e meio da rastejante, respirei fundo várias vezes, passei a mão no escapamento para ver se não tinha saído nada. Mesmo depois de todo esse acontecido continuei minha trajetória morro acima, e que morro, subia cismadinho e ainda com os arrepios me acompanhado, qualquer barulho e eles aumentavam de intensidade, cheguei ao alto com vida ainda, mas cheio de arrepios. Consegui telefonar mas já pensando no caminho de volta, cruz credo, voltei com todos os arrepios atualizados a cada barulhim, passei pela curva da estrada cismadinho e confesso que tenho cisma desta curva até hoje. 

Texto e fotos: Helder 
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